terça-feira, 29 de maio de 2012

Amor

 "AMOR"-- Afeição; Compaixão; Atração; Paixão; Querer Bem; Satisfação; Conquista; Desejo; etc....

 

Existem várias definições para esta palavra, pois cada um sente uma coisa que não sabe explicar.

  Diz-se que o amor é cego, que quando estamos apaixonados ficamos parvos e talvez até seja verdade. Por vezes a felicidade é tanta que se torna algo estúpido, mas só nós percebemos e não vale a pena explicar o que se sente porque nínguem irá compreender.

Apaixonar-se é mais fácil para uns do que para outros assim como esquecer alguém. 

 

Já amei,

Já lutei,

sofri,

Já perdi,

Já esqueci.

 

Olho à minha volta e vejo tantos tipos de namoros, vejo aqueles que se via a milhas que se amavam, mas tinham medo de avançar;

 vejo aqueles que não sabem se gostam e um dia estão juntos, outro dia mal se falam;

 vejo os que dizem que ainda gostam do ex-namorados/as mas depois andam atrás de outro/a;

vejo os que nínguem imaginou que algum dia namorassem, mas que agora são mais felizes que nunca;

 

O amor pode ser uma coisa muito bonita, se for verdadeiro , se as duas pessoas se amarem mesmo, não importa a opinião dos outros, importa apenas o que nós sentimos. Se gostamos mesmo de alguém temos de correr atrás do que queremos e não desistir à primeira dificuldade, porque a vida está cheia de obstáculos e temos de saber lidar com eles.

 

Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?

Fernando Pessoa


domingo, 27 de maio de 2012

Adeus

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
Gastámos as mãos à força de as apertarmos,
Gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.


Eugénio de Andrade